12 andares
Imagine só: se a vida é feita um passinho de cada vez, por que diabos teria eu de numa única noite 'escalar' 12 andares? Decidi esperar... é bem verdade que eu podia decidir isso - não estava no meio da rua, tampouco no carro por aí.
Estava na casa do consorte - sim, ele tem mesmo muita sorte, modestamente. E lá fiquei. Num primeiro momento, meio indignada. Não com o apagão, mas por estar numa casa repleta de enfeites, acessórios, computadores, cacarecos, aparelhos de som, caixas e mais caixas acústicas e (pasme) nenhum - nenhunzinho - rádio de pilha!!!!!!!!!!! Como é possivel, as pessoas terem de tudo dentro de casa, mas simplesmente optarem por abandonar o bom e velho radinho de pilha? Aliás, nem se trata de opção: não tem porque não quer, simples assim!!
Recapitulando: eu falava ao telefone com minha querida cocu (corruptela que acabo de criar para não ter de escrever concunhada - ops, escrevi), o consorte travado diante do computador que funcionava normalmente (parênteses oportuno esse, pra explicar que, no caso do consorte, quem trava nessa relação internética é ele, não o computador...) e a rotina se rompeu. Tudo começou a piscar.
"Desliga tudo, tira da tomada!"
Pois bem: estávamos no escuro quando me dei conta que, voilá, o consorte destravou! Catou uma lanterninha, não sei de onde, e se moveu, andou pela casa a procura de luz do lado de fora, avistando pelas janelas a reação da cidade para aquele episódio repentino.
"Olha só, Wan, todos os prédios do bairro estão apagados!" E a Wan foi lá conferir, ainda meio perplexa com o destravamento do consorte.
Bendito aparelhozinho de telefonia celular, que
no caso do meu - simplezinho, o mais barato que havia na loja - é provido de... tchantchantchanthaaaaaam, rádio!! Eu liguei o trocinho na CBN e (pasme 2) o consorte grudou nele!! Cinco minutos depois, ele ria das intervenções de repórteres que entravam no ar, por todo o Brasil, dizendo que a energia estava cortada.
"Ah, não diga? rarararara, isso aqui é melhor que o Zé Simão!"
E eu, quietinha, contente por presenciar aquilo.
Note como a vida pode ser simples: basta um blecautezinho à toa, um país inteiro em caos momentaneo, para eu sentir , depois de muuuuuuuuuuuuito tempo, alguma alegria antes de dormir.
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Um comentário:
Ainda estou na dúvida se fico feliz ou triste por isso...
Saudade...
Beijos.
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