QUEM TEM BOCA VAI A ROMA
No começo, foi muito difícil acostumar. Tanto, que, mesmo depois de sua morte, quando me perdia na cidade, na mesma hora pensava em pedir ajuda a ele, pois conhecia São Paulo como ninguém!
Sempre dizia o melhor caminho. Não falhava.
No primeiro dia de trabalho, no meu primeiro emprego (conseguido com a ajuda dele, em 1979), ouvi com atenção seus sábios conselhos, antes de sair: “Se te mandarem fazer um serviço na rua e você não souber como chegar, não diga que não sabe. Vá! Pergunte a alguém assim que sair e você chegará lá”. Foi o que fiz, com sucesso absoluto.
Esta é uma grande qualidade das pessoas que moram nesta cidade. Todas são muito prestativas ao dar informação. Sempre tem alguém por perto que sabe onde fica o tal endereço. Se não conhece, logo pergunta ao outro que está ao lado. Quer lugar melhor para pedir informação do que em um bar, num posto de combustíveis? Os frentistas, ao te verem chegando, logo acenam indicando a bomba livre para abastecimento. Muitas vezes passei por isso. “Não, obrigado, só quero uma informação!”. Claro que não me esqueci dos motoristas de táxi e dos motoboys, que também não nos deixam na mão. Coisas de cidade grande.
Nas cidades do interior todas as pessoas se conhecem, porém os nomes das ruas...
Se você perguntar onde fica uma rua, dizendo o nome dela, ninguém sabe. Agora, se você souber que a rua procurada é a mesma em que mora o Zé, ta resolvido! O Zé, qualquer um sabe onde mora.
De volta à capital, nos postos, deveriam colocar faixas como aquelas que dizem: “Abasteça acima de 20 litros e ganhe uma ducha”. Seriam assim: “Informações só pra quem abastecer”. Venderiam muito mais...
Ainda bem que existem os santos frentistas, os salvadores motoristas de táxi, os chatos motoboys...
Ah, me lembrei de uma piada:
Um menino havia se perdido (como eu) e ao ligar para casa, a cobrar (como eu), ouviu do pai (como eu): “Meu filho, pergunte! Quem tem boca vai a Roma!”. O filho respondeu: “Mas pai, e você acha que eu estou ligando de onde????”.
O paulistanês nosso de cada dia 1
“Olha o foto que me tiraram, Wania” disse-me o "scavurzka", atirando à mesa, em minha direção, um pacotinho de 3x4. Minha reação, tipicamente paulistana: “Me tiraram, belo?” Em seguida entrei aqui pra registrar minha autocrítica. Que pedante que eu sou!!! Reverberei debochadamente como se eu mesma não cometesse meus deslizes paulistanescos.
Tudo bem que nossa maneira de falar é uma referência nacional. Mal comparando, a pronúncia do português paulistano é o que os norte-americanos chamam inglês standard, aquele que todo mundo que estudou um pouquinho entende. Basta assistir ao Jornal Nacional, da Rede Globo, para reconhecer o empenho de Fátima e William para camuflar seus esses e erres, típicos de quem vive no Rio de Janeiro. E admitir que eles emitem as palavras exatamente como qualquer paulistano minimamente cuidadoso com a língua.
Hoje, no trabalho, um colega chamou atenção para a proliferação do meu “meu”. De acordo com a observação dele, em cinco minutos, pronunciei uns vinte “meu”. Confesso que passei a policiar minha dialética. Mas... até que ponto?
Um legítimo paulistano não vai pronunciar nem a letra O nem a letra E ao final das palavras. Aqui, é TOMATI (mais precisamente TOMATchI). Mas até aí, convenhamos, só paranaense pronuncia corretamente o nome da fruta. No caso do O final, quase sempre emite-se o som de um U: agostU, setembrU. Porém (sempre há um), observe-se o nome da Cidade Maravilhosa:
Rio de Janeiro.
Em São Paulo, a gente fala RiU de JaneirO (Meno male que fluminense, aquele que é carioca mermo, que refere-se à própria cidade pronunciando um hiato que simplesmente não existe: Ri-U, cáspita!!)
Temos também nossos dialetos, repleto de italianismos (vide parágrafo anterior). Isso ainda é muito comum por aqui, a despeito dos “véio”, dos “mãnu”, dos “bró” que chegaram sem data pra voltar ao meio do inferno de onde vieram.
Abomino xenofobia, isso tem de ficar muito claro. O que me irrita profundamente é a não valorização de nossas palavras, simples assim. Meu cuidado com isso é tamanho que cheguei a pensar em pedir pra alguém gravar meu colóquio, quando eu estivesse desavisada, para tentar identificar o tal “einto” de que (como todo paulistano) sou acusada. Dizem que falamos “momEInto”, “estacionamEInto” e "EIntEIndEIndo". Puro exagero, mas, para encurtar história, faço de conta que acredito...
São Paulo também é arte!
Falo isso por experiência própria, adoro pintar, mas eta coisa difícil de fazer. Dá trabalho, suja e principalmente, achar a cor perfeita, mais brilhante ou mais escura, é frustrante.
Nesta semana, tive a sorte de encontrar dois artistas pela rua. Na segunda de manhã, no passeio pelo Ibirapuera, vi um cavalete segurando uma tela ainda seca. Do lado, um tipinho com um bigodão engraçado, ele ficava enrolando as pontas com as mãos, e assim estava ele, escolhendo a cena que iria pintar.
Na quinta à noite, encontrei o segundo, um moleque de chapéu parado em cima da ponte da USP. Um caderno grande apoiado no corrimão e um simples lápis na mão, vi que os olhos dele não saiam do papel. A cena é linda, a marginal tietê iluminada, refletindo as luzes da cidade, os carros passando. Ele escolheu muito bem.
Na sexta, fui de novo ao Ibirapuera, e não é que achei o dono do bigode na mesma sombrinha e a tela mais colorida? O ypê amarelo e as pessoas andando já tinham vida na tela, o estilo não me agradou, mas ai é pessoal.
Eu elejo a avenida Paulista como o ponto mais belo para uma pintura em tela. Há uns 2 anos, vi um pintor na calçaldinha que separa a avenida, para quem não conhece, a largura não passa de um metro. Lá estava ele, em um banquinho pequeno, um cavalete apertado e a paleta na mão. Não pude ver o que ele estava pintando, mas fiquei com inveja da coragem dele.
A cidade é assim, cheia de tesouros em cima de caveletes alheios.
Viva São Paulo!
Mim gosta ganhá dinheiro...
Por isso, Wania, eu disse que existe muito emprego, o que não tem é gente qualificada.
(Esta é a outra história)
Exemplo disso é uma reportagem que foi ao ar no Bom dia São Paulo, nessa semana, dizendo ter muitas ofertas de emprego em Sertãozinho, interior do Estado, nas várias empresas de lá. A dificuldade é encontrar profissionais qualificados para ocupar essa vagas.
Até oferecem cursos para ensinar as pessoas e poderem contrata-las. Mesmo assim, não conseguem número suficiente.
Se esforçar para aprender ninguém quer.
A maioria dos que não conseguem emprego reclama desesperadamente, pede ajuda pela rua, nos sinais de trânsito, até explorando crianças.
Uma ex-vizinha, senhorinha de uns 80 e poucos anos, me pediu : "Você consegue um emprego pro meu filho, lá na tv?". Eu, educadamente, mesmo sabendo da impossibilidade, perguntei o que ele sabia fazer, fingindo não saber. A resposta: " Ah, ele sabe bater à máquina, organizar arquivos de escritório, coisas assim. Agora ele trabalha numa banca de jornais, mas só pra ajudar um amigo. Quase nem ganha nada."
Isso foi em 2003!!!
É deste tipo de profissionais, que pararam no tempo, que eu falo.
Domingo passado, voltando da Tratoria do Piero (Ôba ganhei um almoço), um homem aparentemente BEM sadio colocava nos vidros dos carros, bilhetes pedindo ajuda. Estavam em meu carro, eu, meu sogro, um sarrista de primeira, ainda bem, minha cunhada, meu filho e minha mulher, que por ser minha mulher, diz adorar minhas piadinhas.
Li o bilhete em voz alta, pois todos queriam saber do que se tratava.
Dizia: "Me ajude, sou soro-positivo"
Na hora, me veio uma tiradinha, até cruel, mas..
" Você é soro-positivo e eu saldo-negativo..." (Claro, ele não ouviu, pois o vidro estava fechado.)
Todos riram. Juro, saiu de repente, sem querer...
Mas, tenho quase certeza de que aquele pedido não passava de uma sem-vergonhisse.
Deve ser do tipo de gente que acha assim é mais fácil, pedindo.
Alguém conhece a história do médico oftalmologista, Dr. Moura Brasil? Eu não conhecia, nem sei se é verídica, mas interessante.
Diz que ele viu um senhor, sentado na calçada, pedindo ajuda (dinheiro), pois não enxergava e, portanto, não podia trabalhar.
Diante disso, o médico lhe ofereceu uma consulta, ali, na rua mesmo, e recomendou ao pobre deficiente visual que fosse ao seu consultório, pois o caso era simples e ele rapidamente voltaria a enxergar e trabalhar, e, que, ainda, não lhe cobraria nada por isso. Pura caridade.
Meses depois de ter curado o "paciente", o dr. voltou a encontra-lo pedindo dinheiro na rua, novamente, alegando cegueira.
O dr. Brasil, preocupado, perguntou se ele tinha deixado de enxergar e, por isso, não havia conseguido emprego.
Não, ele respondeu, é que assim é mais fácil...
Infelizmente, basta olhar para o lado para encontrar pessoas com esses "problemas" pelas ruas da cidade.
Voltando à tal reportagem, o prefeito de Sertãozinho espalhou outdoors e faixas pelas ruas, com os seguintes dizeres:
" Não dê esmolas!"
Concordo!
Me lembrou o ditado chinês: "Não dê o peixe, ensine a pescar!"
O problema é esse: pescar dá um trabaaaalhoooo....
Nem tudo está perdido
Em fração de segundos, elaborei as mais óbvias suposições para justificar o sumiço do fenômeno. Provavelmente, tem a ver com a poluição; ou seria a unidade relativa do ar que mudou? Naturalmente, não tenho cabedal para discorrer nessa seara e minhas elucubrações terminaram, estas sim, como fumaça.
E abriram espaço para a nostalgia. Me vi com sete anos, com um maço de chocolates. Isso mesmo: um maço. A Pan fabricava chocolates em formato de cigarros e, assim, as crianças viajavam no mundo de glamour imaginário em que viviam os adultos fumantes. As mulheres, sempre de vestidos longos, saltos altíssimos, maquiagem impecável e um cigarro à mão – mais para fazer pose que para tragar. Os homens, se não eram destemidos caubóis cavalgando pelos desertos norte-americanos em seus alazões, certamente estariam de smoking (o nome do traje não poderia ser mais propício), ao lado de uma deusa qualquer. As propagandas vendiam essa imagem, de conquistadores, de heróis – todos fumantes.
Eu e meus pares mirins adorávamos aquilo, na verdade mais que o chocolate em si. Pôr a cigarrilha de cacau entre o indicador e o dedo médio, levar o doce à boca e soprar a fumacinha. E a natureza contribuía com generosidade, era denso o efeito daquele vapor. Como era bom ser grande nos dias de frio!
Parei de escrever um pouquinho para me perguntar quando foi a última vez em que vi um chocolatezinho daqueles, em forma de cigarro. Aliás, ainda existe a Pan? Honestamente, não faço a menor idéia. Na prática, tudo isso foi de embrulho, e não só a fumacinha do frio.
Os fumantes não têm mais lugar, que dirá glamour! As propagandas são n vezes mais criativas, porém o encanto foi tragado. Ou vai me dizer que daqui a 30 anos alguém que hoje tem sete vai lembrar de algum ‘reclame’ de televisão? Tomara que eu esteja enganada, mas tenho a impressão que as crianças não curtem juntas, hoje, as pequenas audácias que as de gerações anteriores arriscavam. Quantas perdas, que futuro...
Do nada, o episódio da ausência da fumacinha veio à mente, ontem à noite, diante da pizzaria. Esperávamos o manobrista chegar com o carro. Os termômetros marcavam 14 graus em São Paulo. Esquina da Haddock Lobo com a Alameda Tietê. Fechei os olhos, voltei a cabeça para o alto, enchi o pulmão, soltei a baforada e disparei as retinas: nada. Mas bastou desfocar o olhar daquele primeiro plano, ainda com a cabeça erguida, e lá estavam elas, no contra-luz da lâmpada: milhões e milhões de pequenas gotículas de água, dançando de lado a lado, ao gosto do vento. Além de um inevitável espirro, a danada produziu em mim um sorriso palerma e a descoberta: a garoa não acabou...
A nossa praia!
Tem vento, tem sombra, sem pedintes. Me divirto vendo os cachorros dos outros, já que ainda não posso ter o meu. Em alguns parques, os cachorros só podem andar nas coleiras, mas no Ibirapuera, os mais "sociáveis" estão sempre soltos enquanto os "pit-bulls" da vida, esses sim, são obrigados a andar de coleira e focinheiras. Nada mais justo, imagine se aqueles "tourinhos" resolverem dar uma cheiradinha no poodle de alguma madame.
Outro dia, vi uma cena perfeita no lago, dois cisnes passeando juntinhos em forma de coração, parei e fiquei curtindo, talvez uma cena que só vou ver uma vez na vida. Sempre pensei que fosse exagero dos biólogos, ficar andando de testa grudada e não é nenhum concurso de segurar a bolinha na testa. Eu vi, é verdade!
Conheço alguns parques da cidade, o Villa Lobos é pratico, mas tem mais concreto que mato. É perfeito para andar de patins.
O parque da Independência é o mais bonito, na frente do Museu do Ipiranga, os jardins são inspirados nos do palácio de Versailles, vale o passeio e a história. O parque da Juventude, onde ficava o carandiru tem mais quadras que lugares para passear, me incomoda pois não tem paisagens.
O parque do Ibirapuera é especial para os fanáticos em aviões também. Passeando por lá dá para ver a curva que eles precisam fazer assim que saem do aeroporto de Congonhas. Outro dia, vi uma tiazinha comentando com o marido: "olha lá, é o mesmo avião que tá dando voltas, deve estar com problemas." Tive que olhar para cima, e tava lá o avião ainda decolando e já fazendo a curva... ai ai ai é obvio meu caro Watson.
Roubaram meu assalto!
Tava no carro, hoje cedo, pensando em como diversificar. E veja qual não é minha constatação: estou falando mais uma vez de uma historieta que começou dentro do carro.
Penso que não vai ser fácil escapar dele, digo, do carro. Numa aritmética meio elementar, constato facilmente que passo um oitavo de meu dia enfurnada nele. E olha que a coisa mudou bem de uns anos pra cá. Em meu endereço anterior, eram cinco, seis horas por dia para ir e voltar do trabalho...
As janelas de meu carro têm um filmezinho que escurece o interior, sinto-me menos exposta. Mas bom mesmo era nos tempos da bleiser (escrevo assim por pura babaquice nacionalista). Nela sim, eu me sentia inatingível! A sensação era a de estar uns cinco metros acima do nível do asfalto, poucos eram os que chegavam perto - acho que minha bleiser tinha cara de mau.
O que eu quero dizer é que a bordo dela nunca tive o medo que tenho hoje, ainda que meus vidros atuais sejam fumezinhos.
Nunca fui assaltada. Houve um episódio tão insólito nesse sentido que não tive como me considerar a vítima. Aconteceu numa curva que fica ao final da Avenida dos Bandeirantes, que dá acesso à Marginal Pinheiros. Quem conhece São Paulo sabe bem como é o local a que me refiro. A gente fica ao lado de uns viadutos, uns pilares de concreto à esquerda do fluxo de onde, vez por outra, saem uns pedestres suspeitos. Obviamente, o termo fluxo é aqui totalmente inadequado. O trânsito não flui ali, nunca! Ou seja: os motoristas ficam à mercê dos tais 'pedestres' sem ter pra onde escapar.
Naquele dia, estava eu trocando da CBN pra Eldorado - ou vice-versa - quando olhei pra janela ao meu lado e nela vi debruçado um moço japonês. O japa balbuciava algumas palavras que pra mim soavam ininteligíveis e eu fiquei lá, olhando pra cara dele. O pobrezinho percebeu que eu não tava entendendo nada (só ouvi algo parecido com a palavra 'carteira', mas não foi o bastante para alterar minha expressão facial). Ele insistiu pela terceira vez em seu incompreensível discursinho que, suponho, tenha sido o anúncio de um assalto, e eu lá, a boca entreaberta. Resumindo: o nipogatuno desistiu de mim. E saiu correndo por entre os carros. Sabe-se lá o que passou pela cabeça dele. Na minha, nada pareceu mais patético que um larápio japonês que fugiu de mim e não levou absolutamente nada - a não ser, meu primeiro assalto...
Dada a largada
Ontem, no vermelho do semáforo, fui abordada por um homem, trinta e poucos anos, em sua cadeira de rodas. Trazia no colo uma cestinha com bons sete tipos de balas pra vender.
É uma sensação estranha quando esse momento ocorre. O amarelo acende, não vai adiantar acelerar, e você já vislumbra o pedinte ali no meio-fio, a postos pra colar na tua janela e te aporrinhar com seu indefectível olhar triste - e não há escapatória. É o efeito-zagallo: você vai ter de me engolir!
Já li no jornal, coisa de uns dois anos atrás, que um motorista foi assaltado por um cadeirante... em que mundo vivemos!! Mesmo assim, a eles não fecho o vidro. Ao contrário: dou aquele olhar sem jeito e tento me livrar do embaraço. Isso na maioria das vezes. Mas, como sou ciclotímica, ontem resolvi prestar atenção no sujeito. "E aí, linda, que tal adoçar a vida um pouquinho? Sorria, a vida é bela!" Frase feita, sem problemas. Sei disso, sempre soube: para o pedinte serei sempre linda. Quer saber? Fez bem ouvir aquilo... eu no meu carro, toda enfadada com meus problemazinhos sem sal, filosofando no farol e acatando ordens (de sorrir) de um completo estranho!! Mais que isso: por um momento, tive vontade de estacionar, sentar naquele meio-fio e passar o resto do dia assistindo ao trabalho do meu amigo. Será mesmo que todas são lindas? Será que ele preserva o discurso desde quando pega no batente até o final da jornada? Onde ele faz xixi? Como reagem os abordados, sorriem como eu? Destratam, compram, agridem, acariciam?
Sei lá!! E nunca vou saber. Nunca vou sentar no meio-fio nem sequer papear com o pedinte. Imagina eu, depois, chegando no meu local de trabalho com a bunda suja por ter-me entregue a devaneios sócio-antropológicos!
Mas o que era mesmo que eu tava falando? Deixa pra lá: pintou a luz verde...
UM PRENSADO, POR FAVOR
Assim mesmo!
Ultimamente tenho pensado muito em ir embora, sair daqui, e fico pensando em gritar essa frase...
Trabalhando no Pan, no Rio de Janeiro, reencontrei um colega da TV Sergipe, o grande Rivando. Ele me garantiu que eu me mudaria para Aracajú assim que conhecesse a cidade, as praias de lá.
Confesso que cheguei a pensar muito no assunto.
A Marcelinha me alertou: “Quero ver o que você vai fazer quando der vontade, no meio da madrugada, de comer um hot - dog prensado, como os da Vila Madalena”.
Um carioca, que ouvia a conversa, afirmou: vá morar no Rio! Lá tem as duas coisas, praia e hot dog.
Quer saber? É ruim, hein, sair daqui.
Esta cidade louca, agitada, poluída, alagada, parada, vazia, cheia, apagada, de qualquer forma, é a melhor do mundo, em minha opinião.
Tem emprego pra todo mundo (Só não tem muita gente qualificada, mas isso é outra história.).
Aqui se encontra o que quiser, na hora que quiser.
E as padocas? Ah, essas padarias...
Botecos. Já parou pra pensar em quantos e tão bons botecos existem na cidade? E os restaurantes, shoppings, cinemas, teatros... E a vida noturna? Incomparável!
25 de março! Você já foi lá? Quem não foi, precisa ir. Bom Retiro? Na adolescência eu chamava o bairro de BR city.
A Rua Santa Efigênia, dos eletrônicos, a Florêncio de Abreu, das ferramentas. Galeria Pagé, Stand Center. Em que outro lugar tem tudo isso?
Qual paulistano não gosta de um pastel de feira? A japonesada sabe fazer...
Que me perdoem os cariocas que dizem que paulista mora mal.
Passei 22 dias no Rio, durante o Pan; 30 dias na última Copa do Mundo e mais 30 nas últimas olimpíadas.
Não dá! Pra mim, no Rio, só “mora bem” quem mora perto da praia (Será?).
O Rio tem suas belezas, mas...
Quase morri de saudade de Sampa.
Péra lá...Gosto do Rio, sim, pra passear, e prometo:
Vou conhecer Aracajú e passar pelo menos uma semana por lá.
Rivando: Me aguarde!
Por enquanto:
"VIVA SÃO PAULO”