QUEM TEM BOCA VAI A ROMA

Hoje faz 7 anos que meu pai morreu.
No começo, foi muito difícil acostumar. Tanto, que, mesmo depois de sua morte, quando me perdia na cidade, na mesma hora pensava em pedir ajuda a ele, pois conhecia São Paulo como ninguém!
Sempre dizia o melhor caminho. Não falhava.
No primeiro dia de trabalho, no meu primeiro emprego (conseguido com a ajuda dele, em 1979), ouvi com atenção seus sábios conselhos, antes de sair: “Se te mandarem fazer um serviço na rua e você não souber como chegar, não diga que não sabe. Vá! Pergunte a alguém assim que sair e você chegará lá”. Foi o que fiz, com sucesso absoluto.
Esta é uma grande qualidade das pessoas que moram nesta cidade. Todas são muito prestativas ao dar informação. Sempre tem alguém por perto que sabe onde fica o tal endereço. Se não conhece, logo pergunta ao outro que está ao lado. Quer lugar melhor para pedir informação do que em um bar, num posto de combustíveis? Os frentistas, ao te verem chegando, logo acenam indicando a bomba livre para abastecimento. Muitas vezes passei por isso. “Não, obrigado, só quero uma informação!”. Claro que não me esqueci dos motoristas de táxi e dos motoboys, que também não nos deixam na mão. Coisas de cidade grande.
Nas cidades do interior todas as pessoas se conhecem, porém os nomes das ruas...
Se você perguntar onde fica uma rua, dizendo o nome dela, ninguém sabe. Agora, se você souber que a rua procurada é a mesma em que mora o Zé, ta resolvido! O Zé, qualquer um sabe onde mora.
De volta à capital, nos postos, deveriam colocar faixas como aquelas que dizem: “Abasteça acima de 20 litros e ganhe uma ducha”. Seriam assim: “Informações só pra quem abastecer”. Venderiam muito mais...
Ainda bem que existem os santos frentistas, os salvadores motoristas de táxi, os chatos motoboys...
Ah, me lembrei de uma piada:
Um menino havia se perdido (como eu) e ao ligar para casa, a cobrar (como eu), ouviu do pai (como eu): “Meu filho, pergunte! Quem tem boca vai a Roma!”. O filho respondeu: “Mas pai, e você acha que eu estou ligando de onde????”.

3 comentários:

Anônimo disse...

hehehehehe é verdade, RP. Falam que o paulistano é fechado e tal, tremendo folclore. Bastam as palavrinhas mágicas, que teriam de funcionar em qualquer lugar do mundo: "por favor". E não há paulistano que não se esforce ao máximo pra te ajudar...

Anônimo disse...

fui eu, a Wania!!!

Anônimo disse...

Essa Wania, sempre esquece do nome dela.
Rene, agora existe outro ser assim, disposto a ajudar, é o guarda da rua, sempre sabe as ruas em volta.
As pessoas aqui em São Paulo são prestativas mesmo.
Ficou muito legal. parabéns.
Marcela