Em nossa bela Sampa, como afirmam várias pesquisas recentes, emprego não falta!
Por isso, Wania, eu disse que existe muito emprego, o que não tem é gente qualificada.
(Esta é a outra história)
Exemplo disso é uma reportagem que foi ao ar no Bom dia São Paulo, nessa semana, dizendo ter muitas ofertas de emprego em Sertãozinho, interior do Estado, nas várias empresas de lá. A dificuldade é encontrar profissionais qualificados para ocupar essa vagas.
Até oferecem cursos para ensinar as pessoas e poderem contrata-las. Mesmo assim, não conseguem número suficiente.
Se esforçar para aprender ninguém quer.
A maioria dos que não conseguem emprego reclama desesperadamente, pede ajuda pela rua, nos sinais de trânsito, até explorando crianças.
Uma ex-vizinha, senhorinha de uns 80 e poucos anos, me pediu : "Você consegue um emprego pro meu filho, lá na tv?". Eu, educadamente, mesmo sabendo da impossibilidade, perguntei o que ele sabia fazer, fingindo não saber. A resposta: " Ah, ele sabe bater à máquina, organizar arquivos de escritório, coisas assim. Agora ele trabalha numa banca de jornais, mas só pra ajudar um amigo. Quase nem ganha nada."
Isso foi em 2003!!!
É deste tipo de profissionais, que pararam no tempo, que eu falo.
Domingo passado, voltando da Tratoria do Piero (Ôba ganhei um almoço), um homem aparentemente BEM sadio colocava nos vidros dos carros, bilhetes pedindo ajuda. Estavam em meu carro, eu, meu sogro, um sarrista de primeira, ainda bem, minha cunhada, meu filho e minha mulher, que por ser minha mulher, diz adorar minhas piadinhas.
Li o bilhete em voz alta, pois todos queriam saber do que se tratava.
Dizia: "Me ajude, sou soro-positivo"
Na hora, me veio uma tiradinha, até cruel, mas..
" Você é soro-positivo e eu saldo-negativo..." (Claro, ele não ouviu, pois o vidro estava fechado.)
Todos riram. Juro, saiu de repente, sem querer...
Mas, tenho quase certeza de que aquele pedido não passava de uma sem-vergonhisse.
Deve ser do tipo de gente que acha assim é mais fácil, pedindo.
Alguém conhece a história do médico oftalmologista, Dr. Moura Brasil? Eu não conhecia, nem sei se é verídica, mas interessante.
Diz que ele viu um senhor, sentado na calçada, pedindo ajuda (dinheiro), pois não enxergava e, portanto, não podia trabalhar.
Diante disso, o médico lhe ofereceu uma consulta, ali, na rua mesmo, e recomendou ao pobre deficiente visual que fosse ao seu consultório, pois o caso era simples e ele rapidamente voltaria a enxergar e trabalhar, e, que, ainda, não lhe cobraria nada por isso. Pura caridade.
Meses depois de ter curado o "paciente", o dr. voltou a encontra-lo pedindo dinheiro na rua, novamente, alegando cegueira.
O dr. Brasil, preocupado, perguntou se ele tinha deixado de enxergar e, por isso, não havia conseguido emprego.
Não, ele respondeu, é que assim é mais fácil...
Infelizmente, basta olhar para o lado para encontrar pessoas com esses "problemas" pelas ruas da cidade.
Voltando à tal reportagem, o prefeito de Sertãozinho espalhou outdoors e faixas pelas ruas, com os seguintes dizeres:
" Não dê esmolas!"
Concordo!
Me lembrou o ditado chinês: "Não dê o peixe, ensine a pescar!"
O problema é esse: pescar dá um trabaaaalhoooo....